A arte na escrita!
Um pouco sobre Caligrafia
Data da Publicação da Coluna : 12/12/2021 por Marlon Vinicius da Rosa Sarturi
A arte tem muitas divisões e subdivisões, e dentro dela, temos a caligrafia, que é a junção de duas palavras gregas que na tradução livre é definida como “a arte da bela escrita”, e nada mais é que a forma artística da escrita à mão. Geralmente o caligrafista utiliza uma pena com tinta, ferramentas próprias para a atividade. A estilização das letras ocorre naturalmente com o aperfeiçoamento através da prática. E sua importância está em qualquer coisa que possamos ler, pois a tipologia, ou a construção de uma fonte é feita por ele.
Há um importante laço entre a caligrafia e a tecnologia, e isto graças as histórias de Steve Jobs (1955-2011), fundador da Apple e Robert Palladino (1933-2016) monge e caligrafista americano, que se cruzaram no Reed College, Oregon, Estados Unidos. Steve Jobs que não terminou a faculdade, porém no pouco tempo que a frequentou, assistiu ocasionalmente a matéria de caligrafia de Palladino, e na época acompanhou as aulas por achá-las fascinantes, porém imaginava que não teria nenhuma utilidade prática para a sua vida.
Dez anos depois, quando Jobs projetava o primeiro Macintosh, ele buscou colocar a maior variedade de tipografias no projeto, e conforme o mesmo fala em um discurso em Stanford (2005), “Se ele não tivesse desistido de seu curso da faculdade, talvez o Mac nunca teria tantas fontes e todas tão bem espaçadas e já que o Windows plagiou o Macintosh, talvez nenhum computador o teria”, com isto podemos analisar hoje, que a caligrafia que antes nada podia agregar ao programador, atualmente faz toda diferença para a humanidade, pois muitas das fontes que utilizamos, podem ter sua origem no cruzar destas duas histórias magníficas.
A caligrafia está presente em eventos importantes até os dias atuais, neste sentido, a alguns dias recebi o desafio de reprodução de cartas antigas, as quais deveriam ser escritas em papel envelhecido e com uma caligrafia clássica. Realizei o processo de envelhecimento nas folhas e utilizei a minha própria escrita, que tem uma angulação similar a letras clássicas, porém claro, não é minha especialidade, então talvez alguns vícios de escrita possam ser aperfeiçoados com o tempo, mas o resultado final foi interessante.
Em uma analogia do contexto em geral, é um fato dizer que a arte está em tudo que lemos, pois, as tipologias das letras que fazem partes dos sistemas operacionais de qualquer aparelho tecnológico, seja computador, celular ou outro, foram estudadas e desenvolvidas por caligrafistas, e isto é pura arte!
Um pouco sobre o colunista
Sou Marlon Sarturi, artista plástico especialista em desenho realista há mais de 10 anos, e estarei trazendo temas ligados a arte no geral, de maneira sucinta e sempre buscando encorajar os leitores a fazer parte deste incrível mundo das artes! Peço que acompanhem nossas discussões na coluna aqui no Norte RS e também nas redes sociais.
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