Agosto Dourado reforça os benefícios do aleitamento materno para as mães, bebês e para o planeta
Agosto é o mês escolhido para reforçar a importância da amamentação para a saúde dos bebês e para um planeta mais saudável. A cor é alusiva ao padrão ouro, que remete à qualidade do leite materno.
Data da Publicação da Notícia : 11/08/2020 10:50 por Hospital de ClÃnicas de Passo Fundo
A enfermeira da Maternidade do Hospital de Clínicas (HC) de Passo Fundo, Fabiana Ferrer de Andrade esclarece sobre os principais benefícios do aleitamento materno para o crescimento saudável do bebê. “O leite humano é a alimentação ideal para todas as crianças. Devido a sua composição de nutrientes é considerado um alimento completo e suficiente para garantir o crescimento e desenvolvimento saudável do bebê. É um alimento de fácil e rápida digestão, completamente assimilado pelo organismo infantil. Ele possui componentes e mecanismos capazes de proteger a criança de várias doenças. Nenhum outro alimento oferece as características imunológicas do leite humano. A mãe fornece ao filho componentes protetores, através da placenta e do seu leite, enquanto o sistema de defesa do bebê amadurece.”
De acordo com a OMS, apenas 41% das crianças de 0 a 6 meses são amamentadas exclusivamente em todo o mundo. “Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ter implicações na saúde física e psíquica da mãe. O aleitamento materno, evita mortes infantis, diarreia, infecção respiratória, diminui o risco de alergias, diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes, reduz a chance de obesidade, melhora a nutrição, efeito positivo na inteligência, melhor desenvolvimento da cavidade bucal, promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho e melhor qualidade de vida” complementa.
A amamentação traz impactos também à saúde da mãe. “A amamentação é muito influenciada pela condição emocional da mulher e pela sociedade em que ela vive. Por isso, o apoio do companheiro, da família, dos profissionais de saúde, enfim, de toda a sociedade é fundamental para que a amamentação ocorra sem complicações. Amamentar diminui o sangramento no pós-parto, acelera a perda de peso, reduz a incidência de câncer de mama, ovário e endométrio, evita a osteoporose, protege contra doenças cardiovasculares, como o infarto, tem vantagens imunológicas, psicológicas e nutricionais e ainda promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho.” enfatiza Fabiana
Contribuição para um planeta mais saudável
Neste ano, o tema proposto para a Semana Mundial do Aleitamento Materno e Agosto Dourado é “Apoiar a amamentação para um planeta mais saudável”, embasado na importância do aleitamento materno para o planeta como um todo. “O aleitamento materno é a forma mais econômica e ecológica de alimentação infantil, visto que a alimentação com fórmulas, leite em pó ou tipo longa vida é necessário o uso de energia para produção, bem como combustível para distribuição da água e o transporte do produto, uso de materiais de limpeza com produtos químicos que por vezes são nocivos ao meio ambiente e materiais para embalagem, que por sua vez, geram cada vez mais lixo e, às vezes, tem o mar como destino final.Desta forma, o leite materno é sustentável visto que já vem pronto, na temperatura ideal e não precisa de embalagem, ou seja, não necessita de nenhum preparo, não gasta energia e não gera lixo, contribuindo para a preservação do meio ambiente.” explica a enfermeira Fabiana.
Atuação da equipe multiprofissional
“A presença de uma equipe multiprofissional em nosso Hospital é decisiva para orientação dos pais e suporte à amamentação. A equipe é composta por profissionais das áreas de Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição, Fonoaudiologia, Psicologia, Farmácia e Serviço Social, que são integrantes e importantes disseminadores de informações e sobre o aleitamento materno. As ações de incentivo, promoção e apoio ao aleitamento materno devem ocorrer no conjunto das ações dos profissionais, durante o pré-natal, o pré-parto, o nascimento, assim como nas imunizações, teste do pezinho e retorno para a consulta de puerpério. É essencial que a equipe tenha o papel de acolhimento de mães e bebês, disponível para escuta e para o esclarecimento de dúvidas e aflições, incentive a troca de experiências e faça, sempre que necessário, uma avaliação singular de cada caso.” esclarece Fabiana Andrade, enfermeira da Maternidade do Hospital de Clínicas.
O Hospital de Clínicas de Passo Fundo possui uma equipe multiprofissional envolvida na assistência ao recém-nascidos e gestantes. Além disso, a instituição é a única na região a oferecer cenário de especialização na área materno-infantil e neonatologia, formando profissionais capacitados a atuar nestas áreas. “O trabalho em equipe, o aperfeiçoamento individual em habilidades múltiplas no contexto interdisciplinar e a cooperação entre profissionais são fundamentais para a fluidez do serviço de saúde. Atualmente, as equipes estão conquistando espaços nas organizações de serviço graças à forma eficiente de estruturação organizacional e de aproveitamento das habilidades humanas. Uma visão mais global e coletiva do trabalho torna-se necessária para um melhor aproveitamento das qualidades dos profissionais em relação à saúde materno-infantil.” destaca.
Durante a Semana Mundial do Aleitamento Materno, lembrada de 1 a 7 de agosto, a equipe da Maternidade do Hospital de Clínicas desenvolveu ações para reforçar a importância do tema e incentivar o aleitamento materno. As mães também receberam cupcakes da equipe como lembrança pela passagem da data. “A atuação da equipe multiprofissional é fundamental no papel da amamentação, fornecendo à puérpera e lactante uma maior rede de apoio e orientações nesse momento que é repleto de dúvidas e incertezas. As ações de incentivo, promoção e apoio estão presente no dia-a-dia de nossa instituição, fortalecidas por cada área que a equipe multiprofissional é integrada.” finaliza a enfermeira do HC.
Conheça os principais mitos sobre o aleitamento materno, esclarecidos pela enfermeira da Maternidade do Hospital de Clínicas, Fabiana de Andrade:
-O leite materno pode ser fraco para nutrir o bebê.
Mito. Não há leite materno fraco. O leite materno apresenta composição semelhante para todas as mulheres que amamentam e é o alimento ideal para o bebê, sendo recomendado até os dois anos de vida ou mais, sendo exclusivamente até o 6º mês de vida.
- Preciso dar os dois peitos a cada mamada.
Mito. O tempo de cada mamada não deve ser fixado, pois o esvaziamento da mama pode variar conforme a fome do bebê, do intervalo entre uma mamada e outra, do volume de leite armazenado na mama, entre outros. O importante é que a mãe dê tempo suficiente para o bebê esvaziar adequadamente seu seio, caso esvazie uma mama por completo e a criança ainda deseje mamar, a mãe pode oferecer a outra mama. Na próxima mamada, recomenda-se que a mãe dê o seio que não foi oferecido na mamada anterior ou ofereça o que o bebê mamou por último. caso tenha sido ofertado as duas mamas.
- Quem fez redução mamária ou colocou silicone não poderá amamentar.
Mito. A cirurgia nos seios não impede a mulher de amamentar, desde que durante a cirurgia sejam preservadas as estruturas das mamas.
-Seios muito pequenos não produzem leite na quantidade suficiente para o bebê.
Mito. O tamanho da mama não tem relação com a produção do leite. Tanto as mamas grandes quanto as pequenas possuem capacidade de produzir o mesmo volume de leite em uma dia.
-Os mamilos devem ser higienizados a cada vez que o bebê for mamar.
Mito. Não é necessário higienizar as mamas sempre que for amamentar, no entanto é importante que a mãe tenha hábitos de higiene adequados como banho diário, lavando a mama com água e sabonete e esteja sempre com o sutiã limpo e seco. Não é recomendado o uso de absorventes de seios e nem utilização de conchas protetoras, pois podem deixar as mamas úmidas, favorecendo a proliferação de fungos e bactérias.
-O bebê pode ficar mal acostumado se não tiver horários para mamar.
Mito. A orientação do Ministério da Saúde é a amamentação sob livre demanda, ou seja: o bebê deve mamar sempre que desejar.
-Amamentar durante uma segunda gestação pode prejudicar o desenvolvimento do bebê no útero.
Mito. É possível manter a amamentação em uma nova gravidez se for o desejo da mulher e se não houver intercorrências na gravidez. Já quando houver ameaça de parto prematuro é indicado interromper a amamentação. O hormônio que controla a ejeção do leite, a ocitocina, também estimula o útero a contrair. A estimulação do mamilo pode intensificar o trabalho de parto. Porém, esse hormônio sozinho não é capaz de iniciar o trabalho de parto. O útero está na fase de carregar o bebê, bem protegido contra um trabalho de parto precoce.
-Quando o bebê começa a comer, o leite materno pode prejudicar a absorção de ferro.
Mito. Quase 70% do ferro do leite materno é absorvido adequadamente pelo bebê. O leite materno possui bactérias benéficas que atuam no fortalecimento da imunidade, assim como em outros fatores de proteção que otimizam toda a capacidade de absorção de ferro e outros nutrientes. O ferro presente no leite materno é de mais fácil absorção pelo organismo do bebê. Outros alimentos, mesmo tendo bastante ferro, nem sempre são bem absorvidos pelas crianças durante a fase de amamentação.
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