Alergias afetam cerca de 30% da população brasileira
Nos últimos anos está ocorrendo um aumento da prevalência e da gravidade das alergias de uma forma geral. ?? estimado que até o ano de 2050, quase 50% da população mundial apresente alguma forma de alergia
Data da Publicação da Notícia : 08/07/2020 09:31 por Scheila Zang - HSVP
Nos últimos anos está ocorrendo um aumento da prevalência e da gravidade das alergias de uma forma geral. É estimado que até o ano de 2050, quase 50% da população mundial apresente alguma forma de alergia, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). Dessa forma, no dia em que se lembra o Dia Nacional da Alergia, 08 de julho, a alergista e imunologista do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, Dra. Melissa Thiesen Tumelero, explica que é de extrema importância o diagnóstico e tratamento corretos, principalmente para a qualidade de vida do paciente e dos familiares, ainda mais se tratando das crianças.
A alergia é uma resposta não esperada do sistema imunológico frente a uma substância, antígeno, de natureza orgânica ou inorgânica, conforme explica a médica. “Este antígeno pode sensibilizar a pessoa, e uma vez sensibilizado, o organismo desenvolve ou não uma doença alérgica”. As doenças alérgicas podem se manifestar em todos os sistemas do corpo humano, mantendo interface com as mais diversas especialidades da clínica médica. Porém, segundo Melissa, as mais comuns são as respiratórias, como rinossinusite e asma, e as cutâneas, dermatites e urticária. “Outras frequentes são alergias alimentares, alergias a medicamentos, a picadas de insetos e ao látex”, ressalta.
Cada tipo de alergia tem um quadro de reações diferentes, que pode variar de pessoa para pessoa. Segundo a médica clínica, as reações alérgicas dependem da predisposição genética e da exposição aos fatores desencadeantes, porém as reações ao mesmo alérgeno podem se manifestar de diferentes formas e diferentes gravidades em cada pessoa. “Podem ser leves, sem grandes implicações, ou até graves como o choque anafilático, com risco de morte”, alerta Melissa.
Fatores de risco
Os agentes que causam as alergias podem ser vários. Melissa relata que nas alergias respiratórias os mais frequentes são os ácaros da poeira, polens, fungos e pelo de animais. Já nas alergias alimentares, pode ser mais específico em crianças ou adultos. “Crianças são mais reativas a leite e ovo, enquanto adultos varia, mas, frutos do mar e castanhas são mais prevalentes”, pontua a médica. Outros fatores são medicamentos e também venenos para insetos, como de abelha, vespa e formiga. “Também alergia por contato na pele de produtos geralmente químicos”, acrescenta. Dados da ASBAI indicam que as alergias afetam cerca de 30% da população brasileira, e desse percentual, 20% são crianças.
Prevenção
A prevenção pode ser feita antes do aparecimento de alguma alergia, explica a especialista. “Com o aleitamento materno, uso de alguns produtos e alimentos específicos naquelas crianças que já apresentam história familiar ou pessoal de alguma alergia”. Para aqueles que já apresentam alguma alergia específica, a prevenção de crises se dá através de orientação médica, com o uso de medições específicas. Evitar restrições desnecessárias alimentares, como por exemplo, para uma criança em crescimento, bem como medicações, são outras formas de prevenção, orienta Melissa.
Tratamento
Apesar de variar conforme a gravidade de cada pessoa, o tratamento é realizado com medicamentos, alguns de uso contínuo e outros para uso nas crises. Outra opção, conforme explica a médica alergista, é a imunoterapia alérgeno-específica, ou seja, uma vacina de alérgenos. “São indicadas apenas para pacientes com rinite, conjuntivite, asma, dermatite atópica e alergia a veneno de insetos”, diz. A médica salienta ainda que é importante evitar o desânimo ou nervosismo em relação ao tratamento. “Evitar riscos. Evitar estresse psicológico e restrições sociais. Por isso tudo, o diagnóstico correto, o tratamento e acompanhamento adequado por especialistas são recomendados”, salienta.
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