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Perda de olfato: causas e cuidados

Estudos mostram que cerca de 70% dos pacientes com COVID-19 podem ter alterações no olfato, podendo chegar a 98%



Data da Publicação da Notícia : 17/06/2020 17:00 por Natieli Batistela -Hospital de Clínicas de Passo Fundo

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A perda do olfato pode estar relacionada à diversas causas e precisa ser avaliado individualmente. A médica otorrinolaringologista, Dra. Bibiana Fortes membro do corpo clínico do Hospital de Clínicas (HC) de Passo Fundo, que também atua como docente na Universidade de Passo Fundo e Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Passo Fundo esclarece as principais causas e cuidados necessários para os casos de perda de olfato:

 

“Muitos já ouviram falar que o coronavírus causa perda de olfato podendo ser uma perda parcial (hiposmia) ou uma perda total (anosmia). Estudos mostram que cerca de 70% dos pacientes com COVID-19 podem ter alterações no olfato, podendo chegar a 98% conforme a literatura. Felizmente, boa parte dos pacientes vêm recuperando esse sintoma nas primeiras duas semanas. No entanto, alguns podem persistir com essa dificuldade em sentir cheiro e também o gosto, já que paladar e olfato estão relacionados. Se fizermos uma comparação com outras doenças virais, realmente a maioria dos pacientes tende a recuperar o olfato, mas alguns podem nunca mais recuperar.

 

Causas podem estar relacionadas à diversas doenças

 

Sabe-se que as principais causas de distúrbios de olfato são as doenças virais, como a gripe, coronavírus, rinossinusites. Contudo, precisamos lembrar que a perda de olfato pode ser a primeira manifestação de uma doença neurológica, como: Alzheimer, Parkinson, Esclerose Múltipla, como também pode ocorrer devido a um trauma na cabeça ou a doenças metabólicas. Independente da causa da perda, o paciente precisa procurar um Otorrinolaringologista para uma avaliação e para otimizar o tratamento. Afinal, você não sabe se será um paciente que evoluirá bem ou mal com relação a esse sintoma, mesmo sendo um caso de COVID-19 em que muitos estão apresentando boa evolução.

 

 

Cuidados e formas de tratamento

 

Existem diversos tipos de medicações, algumas com evidências científicas fortes e outras nem tanto, para o tratamento da perda de olfato. Assim, uma avaliação médica é necessária para saber qual a melhor proposta de tratamento e em qual momento usar a medicação correta. Contudo, existe um tipo de tratamento que pode e deve ser instituído o mais breve possível do início da perda, que é o Treinamento Olfatório.  Esse treinamento consiste em cheirar algumas substâncias, geralmente, em torno de sete, facilmente encontradas em nossa casa, por exemplo: café, essência de baunilha e vinagre de vinho tinto. O paciente vai cheirar essas substâncias duas vezes ao dia durante um período de três meses. É um tratamento longo, infelizmente, para alguns até desanimador, mas fazemos aqui uma analogia com um paciente que teve um AVC (derrame) e ficou com uma sequela motora. Dependendo da gravidade dessa sequela, não vamos esperar que o paciente recupere seus movimentos em uma ou duas semanas com a fisioterapia. Precisamos, portanto, ter paciência, pois sabemos que o treinamento olfatório é um tratamento inofensivo, fácil de fazer, de baixo custo e vem apresentando bons resultados.

Assim, se você tem ou conhece alguém com alterações no olfato independente da causa, consulte ou aconselhe consultar um Otorrinolaringologista para uma melhor avaliação e para orientar o tratamento mais adequado.”

 

* Dra. Bibiana Fortes é médica otorrinolaringologista, membro do corpo clínico do Hospital de Clínicas (HC) de Passo Fundo e docente na Universidade de Passo Fundo e Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Passo Fundo.




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