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Câncer de mama matou cerca de mil mulheres na região Norte do RS nos últimos dez anos

Cerca de 16 mil mulheres morrem por ano em decorrência do câncer de mama no Brasil



Data da Publicação da Notícia : 03/10/2018 08:09 por Imprensa CTCAN

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Cerca de 16 mil mulheres morrem por ano em decorrência do câncer de mama no Brasil e a estimativa são 60 mil novos casos para 2018. No Rio Grande do Sul (RS), a mortalidade é de cerca de 1,2 mil mulheres por ano, conforme dados do DataSus. Só na macrorregião Norte do RS, o câncer de mama matou, na última década, aproximadamente mil mulheres, cerca de 100 por ano. As razões para esses altos índices são inúmeras, mas as principais estão ligadas a falta de hábitos de vida saudáveis e ao diagnóstico tardio. Por isso, a campanha Outubro Rosa, chama a atenção para a prevenção e para a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama.

Números não faltam para mostrar que é preciso medidas ainda mais eficazes para combater o câncer, que em breve, deixará a segunda posição para ser a principal causa de morte no Brasil. Na população feminina, o câncer que mais acomete e mata as mulheres, o câncer de mama, necessita de muita atenção, tanto por parte da população, quanto por parte do poder público. “O RS está entre os estados com mais alta incidência de câncer de mama, junto com São Paulo e Rio de Janeiro. São dados preocupantes, pois tanto a incidência quanto a mortalidade estão aumentando, exceto algumas regiões onde apontam para estabilidade, como no RS. Precisamos reduzir a mortalidade. A forma mais barata é fazendo mamografias para diagnóstico precoce”, ressalta o oncologista clínico do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN), Dr. Alvaro Machado.

A falta de uma alimentação saudável, o sedentarismo, o peso acima do ideal, o tabaco e a ingestão de bebidas alcóolicas correspondem a cerca de 20% a 25% dos casos de câncer de mama. “As causas para esse tipo de câncer são múltiplas, desde a rápida urbanização e maior longevidade; hábitos de vida como tabagismo, sedentarismo, obesidade, alimentação, gravidez tardia e não amamentar; fatores genéticos; e fatores ambientais como poluição e, certamente, agrotóxicos, colaboram para o câncer de mama”, pontua Machado.

As mulheres entre 50 e 65 anos têm a maior incidência, mas o câncer de mama começa a ser significativo a partir dos 40 anos de idade. Por esse motivo, a mamografia, que é a principal forma de diagnóstico precoce, é indicada a partir dessa idade. “Recomendamos, para mulheres de risco habitual, a partir dos 40 anos de idade. Deve ser anual até os 70 anos. A partir daí, deve-se considerar individualmente o risco e benefício. Para mulheres com alto risco para desenvolver câncer de mama as recomendações baseiam-se no risco individual”, salienta o oncologista.

Mortalidade por câncer de mama - DataSUS (2006-2016):
- Rio Grande do Sul

Porto Alegre (2.424 mortes), Caxias do Sul (463), Pelotas (451), Canoas (407), Santa Maria (399), Rio Grande (334), São Leopoldo (258), Novo Hamburgo (256), Gravataí (244), Viamão (233) e Passo Fundo (224).
- Macrorregião Norte RS
Passo Fundo (224 mortes), Erechim (114), Carazinho (63), Palmeira das Missões (33), Soledade (31), Frederico Westphalen (29), Marau (24), Tapejara (24), Três Passos (22) Não-Me-Toque (20) e Lagoa Vermelha (20).

Cobertura mamográfica é a menor dos últimos cinco anos
O percentual de cobertura mamográfica de 2017 nas mulheres da faixa etária entre 50 e 69 anos, atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é o menor dos últimos cinco anos. Os dados foram divulgados, neste ano, pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) em parceria com a Rede Brasileira de Pesquisa em Mastologia. 

Em 2017, eram esperadas no Brasil 11,5 milhões de mamografias, mas só foram realizadas 2,7 milhões, o que representa uma cobertura de 24,1%, muito abaixo dos 70% recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O Rio Grande do Sul realizou pouco mais de 205 mil exames, o que representa um percentual de cobertura de 26,2%, ocupando o 8º lugar no ranking de cobertura nacional. 

Na macrorregião Norte foram feitas 34 mil mamografias nesta faixa etária utilizada para a pesquisa, segundo dados do DataSUS. Passo Fundo, que é a maior cidade dessa região, realizou cerca de 3,3 mil mamografias. “O levantamento da Sociedade Brasileira de Mastologia mostra que 2017 foi o pior ano dos últimos cinco anos, com menor número de mamografias no SUS. E sobram mamografias pelo SUS em nossa região, no entanto, o acesso é um tanto burocrático, apesar de avanços significativos. Mesmo com a regra do Ministério da Saúde de exames bianuais a partir dos 50 anos, estamos muito aquém do necessário e indicado pela OMS”, enfatiza o oncologista do CTCAN.

Para Machado, um dos principais motivos para esse cenário é a dificuldade no acesso ao exame pela população. “Há vários problemas associados. Inicialmente devemos lembrar que o orçamento da União está congelado. Não menos importante é a falta de manutenção dos equipamentos de mamografia, falta de técnicos, falta de radiologistas e a dificuldade de acesso, desde a marcação de consulta até a realização do exame”, aponta o oncologista.




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