Cadê o espírito gaúcho?
O hino gaúcho traz uma lição clara: povo que não tem virtude acaba por ser escravo
Data da Publicação da Notícia : 20/07/2018 08:17 por Mateus Bandeira
O hino gaúcho traz uma lição clara: povo que não tem virtude acaba por ser escravo. Porém, esta terra de gente pioneira e altiva acabou se tornando vítima do atraso e da submissão. Da segurança às finanças, atravessamos uma crise sem precedentes. Temos hoje um Estado que não protege a população do crime e mal paga seus servidores.
As contas públicas foram corroídas por anos de ideologia de esquerda e de políticos fisiológicos no poder. Um descaso com o dinheiro dos pagadores de impostos completamente previsível. Falhamos nós, como sociedade, em dar poder a quem não sabe cuidar da coisa pública. Portanto, a culpa também é nossa.
Precisamos compreender de uma vez por todas: o Estado não gera riquezas. Quem faz isso é o povo. O papel do governo é gastar o dinheiro dos nossos impostos de forma eficiente, priorizar serviços essenciais e garantir oportunidades a quem mais precisa. Infelizmente, nada disso aconteceu. E esse é o motivo de o Estado estar quebrado, inseguro e incapaz de promover avanços na educação dos jovens. Os que empreendem e trabalham perderam espaço para aqueles que fazem leis e distribuem privilégios.
O caminho para retomar a prosperidade passa por desburocratizar, simplificar e modernizar – e, assim, atrair investimentos para expandir a economia. Prioridades absolutas para qualquer gestor com consciência, a superação da pobreza e a inclusão social são consequências diretas do crescimento econômico. E nunca existiu melhor programa social que emprego e renda promovidos pela iniciativa privada.
Não podemos abandonar os valores do trabalho e do mérito para viver sob políticas paternalistas e populistas, que tornam os indivíduos fracos. Precisamos resgatar a autoestima e os valores gaúchos na gestão pública, com a força de quem enfrentou o governo central na Revolução Farroupilha e ofereceu nomes de peso ao país na política, na economia, na diplomacia, nas artes e nos esportes. Nós somos precursores da liberdade, prezamos pela independência e atuamos com altivez. É hora de retomar as origens.
Consultor de empresas, ex-CEO da FALCONI, ex-presidente do Banrisul e ex-secretário de Planejamento do RS
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