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Mudanças no mercado de trabalho impulsionam busca por cursos técnicos

os cursos técnicos têm ganhado espaço como uma alternativa prática e mais rápida para quem quer se inserir — ou se reinserir — no mercado



Data da Publicação da Notícia : 03/06/2025 11:24 por Usina de Notícias

Divulgação

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Nos últimos anos, o mercado de trabalho tem passado por transformações profundas. A tecnologia avança, novas demandas surgem e o perfil dos profissionais procurados pelas empresas também muda. Em meio a esse cenário, os cursos técnicos têm ganhado espaço como uma alternativa prática e mais rápida para quem quer se inserir — ou se reinserir — no mercado. 

Felipe Homem, diretor da Escola Técnica Fundatec (ETF), acompanha de perto esse movimento. Segundo ele, a procura por formação técnica aumentou de forma expressiva nos últimos anos. “Em 2022, dobramos o número de alunos em relação a 2018, mesmo com a pandemia no meio do caminho. Neste ano, estamos abrindo turmas aos finais de semana para atender quem precisa de horários alternativos. Os cursos de Administração e Segurança do Trabalho vão ser os primeiros nesse novo formato”, explica. 

O cenário atual é resultado de uma série de fatores. Entre eles, o avanço da digitalização, a expansão do setor de serviços, mudanças na agroindústria, o crescimento do mercado de inovação e o fortalecimento da área da saúde. No Rio Grande do Sul, essas tendências aparecem com força e têm impacto direto na escolha por formações mais práticas. 

A área de tecnologia, por exemplo, continua em alta. “Muitas vezes, o aluno ainda está no meio do curso e já recebe proposta de emprego. Há uma carência grande de profissionais com esse perfil”, diz Homem. A saúde também segue como uma área com boa absorção de técnicos, tanto em enfermagem quanto em segurança do trabalho. “Profissionais técnicos em Enfermagem chegam a representar metade da equipe em alguns hospitais. E segurança do trabalho tem ganhado visibilidade pelas exigências legais e pela atenção crescente à saúde ocupacional.” 

A formação técnica em Administração, tradicional no mercado, também mantém boa procura por sua versatilidade. “É uma formação que permite atuar em diferentes áreas dentro de uma empresa”, completa. 

O público que procura um curso técnico hoje é bastante variado. “Temos desde jovens que estão começando a vida profissional até adultos que querem mudar de área ou voltar ao mercado depois de um tempo afastados. O que atrai esse público é o tempo mais curto de formação, o custo mais acessível e o foco em atividades práticas”, explica o diretor. 

Na prática, a formação técnica costuma garantir uma entrada mais rápida no mercado. “É uma formação direta, que desenvolve habilidades específicas e prepara para resolver problemas concretos. Muitas empresas buscam justamente esse tipo de profissional”, afirma. 

A ETF busca acompanhar essas mudanças por meio de atualizações nos cursos. “A cada três anos, reavaliamos os programas junto à Secretaria de Educação e, quando necessário, fazemos ajustes para manter os cursos alinhados ao que o mercado exige”, diz Felipe. Durante o curso, os alunos também participam de palestras, visitas técnicas e outras atividades para manter o contato com o que está acontecendo fora da sala de aula. 

 

Curso técnico ou faculdade? 

Sobre a dúvida entre seguir uma formação técnica ou fazer uma graduação tradicional, Felipe não vê uma opção como melhor que a outra. “São caminhos diferentes e, muitas vezes, complementares. O curso técnico tem um foco mais prático e prepara para atuar logo. Já a graduação tem um caráter mais amplo e teórico, pensando também em liderança ou carreira acadêmica. Vai depender muito do momento e do objetivo de cada pessoa.” 

Ele lembra ainda que o Brasil ainda tem um caminho a percorrer na valorização do ensino técnico. “Na Suíça, mais de 80% dos jovens optam pelo técnico. Na Finlândia, quase 70%. Aqui, esse número ainda gira em torno de 10%. Mas tem espaço para crescer”, conclui. 



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