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Dia Mundial do Meio Ambiente destaca soluções sustentáveis na Engenharia Civil
o Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, reforça a urgência de repensar a forma como construímos
Data da Publicação da Notícia : 30/05/2025 15:15 por Usina de Notícias
Divulgação

Com os efeitos das mudanças climáticas cada vez mais visíveis, o Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, reforça a urgência de repensar a forma como construímos. A Engenharia Civil, historicamente associada ao alto consumo de recursos e à geração de resíduos, começa a se transformar. Iniciativas que priorizam eficiência energética, economia circular e o uso de tecnologias inteligentes ganham espaço, especialmente em obras urbanas.
“Os principais desafios ambientais que a Engenharia Civil enfrenta hoje estão relacionados ao aumento do consumo de recursos naturais, como água e energia, emissões de gases de efeito estufa, perda de biodiversidade e desmatamento, além da necessidade de desenvolvermos projetos de construção de infraestruturas mais resilientes a eventos climáticos extremos e que gerenciem corretamente os resíduos da construção civil”, afirma o professor André Felipe da Silva Guedes, coordenador de Pesquisa, Extensão e Internacionalização da Estácio Porto Alegre.
Em centros urbanos, práticas sustentáveis estão cada vez mais presentes nos projetos. Guedes aponta que a inclusão de sistemas de geração de energia solar, o uso de materiais reciclados, a adoção de soluções para gestão da água e a construção modular estão ganhando espaço. “Também se tornou mais comum a busca por eficiência energética e redução de impacto ambiental por meio de materiais verdes e iluminação natural”, diz o docente.
A tecnologia é uma aliada importante nesse processo, já que tem desempenhado um papel crucial em tornar as construções mais sustentáveis, desde o planejamento até a manutenção. O engenheiro explica que a digitalização, a automação e os softwares especializados melhoram a eficiência, reduzem desperdícios e permitem um controle mais preciso. Além disso, facilitam o uso de materiais sustentáveis, sistemas de energia renovável e soluções inteligentes de gestão de água e energia.
Entre os projetos que apontam caminhos para o futuro, um destaque é a pesquisa de iniciação científica do aluno da Estácio Porto Alegre, Rafael Lima, sobre janelas eletrocrômicas — vidros que mudam de cor ou transparência com baixa corrente elétrica, regulando a entrada de luz e calor. “Essa tecnologia reduz o uso de ar-condicionado e iluminação artificial, contribuindo para a economia de energia e a redução das emissões de carbono”, afirma Guedes.
Segundo ele, projeto também incorpora princípios de circularidade: “As janelas eletrocrômicas são feitas com materiais reciclados e podem substituir paredes convencionais, oferecendo privacidade e flexibilidade ao ambiente.”
Para o professor, apesar de ainda serem mais caras que soluções tradicionais, essas tecnologias têm potencial para se tornarem economicamente viáveis. Por isto que, a longo prazo, a economia com iluminação e climatização compensa o investimento inicial.
Na avaliação dele, o Brasil tem avançado: “Há um aumento na adoção de práticas ESG pelas empresas e um reconhecimento do potencial do país como referência em sustentabilidade. Cerca de 71% das companhias brasileiras já implementaram ou planejam implementar ações nessa área.”
O país também é o quinto do mundo em número de construções sustentáveis certificadas. Para que esses avanços ganhem escala, Guedes defende a ampliação de políticas públicas. “Incentivos fiscais, subsídios, regulamentações ambientais, investimentos em energias renováveis e educação são fundamentais para acelerar essa transição”, conclui.
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