| Saúde e Bem Estar
Pensando em fazer química no cabelo? Não faça antes de ler isso!
Os procedimentos químicos tradicionais podem apresentar riscos à saúde capilar, principalmente quando mal executados. Conheça estratégias de segurança e alternativas
Data da Publicação da Notícia : 22/04/2025 19:21 por Danillo Cássio Moraes Feno
IStock

A busca por cabelos lisos, coloridos ou com novos formatos leva muitas pessoas a recorrerem a procedimentos químicos, como alisamentos, tinturas e relaxamentos.
No entanto, esses tratamentos, quando mal aplicados ou realizados em excesso, podem causar danos irreversíveis aos fios e até mesmo à saúde.
Se você está pensando em fazer química no cabelo, é fundamental conhecer os riscos, cuidados e alternativas mais seguras para uma decisão bem informada!
O que acontece quando você faz química no cabelo?
O objetivo dos procedimentos químicos é alterar a estrutura natural do cabelo, modificando sua textura, cor ou forma. No entanto, essa transformação nem sempre vem sem consequências.
No caso da descoloração ou das tinturas, geralmente, é utilizado o peróxido de hidrogênio (água-oxigenada) que é responsável por remover a melanina natural do fio para pigmentação a partir da nova cor.
Já durante procedimentos químicos como alisamentos e relaxamentos, a mudança na estrutura do fio é possível porque produtos como o tioglicolato de amônia e hidróxido de sódio rompem as ligações de enxofre (dissulfeto), deixando a fibra capilar moldável.
O impacto da química na saúde dos fios
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) alerta que o uso inadequado de produtos químicos capilares pode levar à quebra dos fios, queda de cabelo e até mesmo a danos permanentes no couro cabeludo.
Na descoloração e tinturas, os danos à estrutura do cabelo ocorrem quando a exposição aos agentes químicos é excessiva, deixando o fio poroso, ressecado e propenso à quebra.
Em técnicas de alisamentos e relaxamentos as ligações de enxofre são rompidas para modelar os fios, enfraquecendo-os.
Já o uso de calor excessivo de secadores e pranchas durante e após os procedimentos químicos, especialmente se o fio estiver fragilizado, pode levar à formação de bolhas internas, chamadas de “bubble hair”, formação de nós, chamados de troconodose, e de pontos de quebra ou tricorrexe nodosa.
Em todos esses casos, a tendência é a quebra do fio no local danificado ou é recomendado o corte, pois não é possível reverter esses quadros.
Queda de cabelo e danos ao couro cabeludo
Além dos danos ao fio, os procedimentos químicos podem causar danos ao couro cabeludo, especialmente irritações e alergias quando há o contato com substâncias nocivas, como o formaldeído. Entre os sintomas desse tipo de dermatite incluem-se coceiras e feridas, além de riscos de queimadura.
No caso de alongamentos capilares, como o mega hair e microlink, há riscos de alopecia por tração devido ao tensionamento excessivo dos folículos por longo período.
Riscos à saúde geral
Mesmo com a proibição da ANVISA, um estudo de 2021 revelou que muitos alisantes ainda contêm formaldeído em concentração superior ao permitido pela regulamentação.
O formaldeído é uma substância cancerígena com riscos aumentados aos profissionais que aplicam o produto frequentemente e também é associada a problemas respiratórios e irritações na pele.
Como prevenir danos durante o procedimento químico?
Mesmo com os riscos associados à realização de químicas capilares, alguns cuidados ajudam a minimizar os danos:
? Faça um teste de mecha aguardando 48 horas para verificar possíveis reações alérgicas;
? Respeite os intervalos entre procedimentos esperando pelo menos 15 dias entre um tratamento e outro;
? Invista em uma rotina de hidratação e reconstrução com uso de máscaras e óleos reparadores;
? Após procedimentos químicos, evite o uso de chapinhas e secadores e, quando necessário, aplique protetor térmico.
Com os cuidados adequados, mesmo o cabelo quimicamente tratado pode ser saudável.
A importância de realizar o procedimento com um profissional
Os principais riscos associados ao uso de química no cabelo ocorrem devido à aplicação caseira ou em salões não especializados. Procurar um profissional qualificado é indispensável para realização desse tipo de tratamento, pois ele tem conhecimentos específicos, incluindo:
? Quais são as concentrações seguras de cada produto;
? Como preservar o couro cabeludo durante a aplicação do produto, minimizando as chances de irritações e queimaduras;
? Aplicação correta das técnicas, incluindo tempo máximo de exposição do fio a cada produto;
? Avaliação prévia para reduzir alergias e identificar cabelos já danificados, contraindicando o procedimento, quando necessário.
Além disso, um bom profissional está apto para tirar todas as dúvidas do tratamento, incluindo como reduzir os danos e como cuidar dos fios após o tratamento químico.
Alternativas mais seguras: tinta sem amônia e outros produtos
Atualmente, existem diversas opções disponíveis para tratamentos capilares mais seguros e com menos riscos à saúde capilar.
Apesar da durabilidade um pouco menor (cerca de 20 lavagens) as tinturas sem amônia são menos agressivas ao fio, evitando o ressecamento excessivo.
Também há a possibilidade de usar ativos naturais, como queratinas vegetais e cisteína, para realizar alisamento capilar sem romper totalmente a estrutura do fio.
As escovas inteligentes são opções sem formol e que usam ativos como ácido glioxílico em baixas concentrações para entregar o resultado desejado.
Para alongamentos, técnicas como fitas adesivas ou lace wig não exigem colas ou calor excessivo, reduzindo a tração no couro cabeludo.
Portanto, os com técnicas alternativas são opções mais seguras à saúde capilar, além de entregar os resultados estéticos desejados.
Todos esses cuidados ajudam a preservar a vitalidade do cabelo, reduzindo as chances de haver quebra ou queda de cabelo.
As opiniões e conteúdo desse artigo não expressam necessariamente a linha editorial do NorteRS ou pensamentos de seus diretores e editores. O conteúdo desse artigo são de inteira responsabilidade do autor.
Os comentários são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.