Riscos de Doenças Sexualmente Transmissíveis no Carnaval: Especialista Alerta para a Importância da Prevenção
De acordo com o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, pós-PhD em Neurociências, licenciado em Biologia e membro da Royal Society of Medicine no Reino Unido, o carnaval, com sua aglomeração e clima festivo, favorece comportamentos de risco, especialmente no que diz
Data da Publicação da Notícia : 28/02/2025 22:39 por Fabiano de Abreu Rodrigues

Dr. Fabiano de Abreu Agrela ©Divulgação / MF Press Global

Com a chegada do carnaval, cidades como Salvador e Rio de Janeiro se preparam para receber milhões de foliões em busca de diversão e celebração. No entanto, além da alegria e da música, essa época do ano também acende um alerta importante para a saúde pública: o aumento do risco de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
De acordo com o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, pós-PhD em Neurociências, licenciado em Biologia e membro da Royal Society of Medicine no Reino Unido, o carnaval, com sua aglomeração e clima festivo, favorece comportamentos de risco, especialmente no que diz respeito ao sexo desprotegido. “O aumento do consumo de álcool e drogas pode reduzir o julgamento crítico, levando muitas pessoas a negligenciarem o uso do preservativo”, explica o especialista.
Atenção redobrada: não só o HIV preocupa
Embora o HIV tenha recebido grande atenção nas últimas décadas, outras DSTs continuam sendo uma preocupação significativa. Doenças como sífilis, gonorreia, clamídia, herpes genital, HPV (papilomavírus humano) e as hepatites B e C também representam riscos elevados. A sífilis, por exemplo, pode causar complicações neurológicas e cardíacas se não tratada. A gonorreia e a clamídia podem levar à infertilidade, especialmente nas mulheres, além de causar dores e desconfortos severos. O herpes genital, apesar de não ter cura, apresenta surtos recorrentes e dolorosos que afetam a qualidade de vida. O HPV, além das verrugas genitais, está diretamente relacionado ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer, como o de colo do útero, ânus e orofaringe. Já as hepatites B e C, quando crônicas, podem evoluir para cirrose e câncer hepático.
Segundo o Dr. Fabiano, “há uma falsa sensação de segurança com os avanços no tratamento do HIV, mas esquecemos que existem outras infecções tão perigosas quanto. Muitas vezes, o foco excessivo no HIV leva ao descuido com outras DSTs que podem ser silenciosas, mas devastadoras”.
Estimativas de risco
Estudos apontam que durante o carnaval a taxa de relações sexuais casuais pode aumentar em até 50%, sendo que até 30% dessas relações podem ocorrer sem o uso de preservativos. Com base nesses dados, o risco hipotético de contrair uma DST pode variar entre 5% a 10% para pessoas sexualmente ativas que não utilizam proteção adequada.
Cuidado é fundamental
Para reduzir esses riscos, a principal recomendação continua sendo o uso do preservativo em todas as relações sexuais. Além disso, o especialista destaca a importância de campanhas educativas: “Precisamos reforçar a conscientização não só sobre o HIV, mas sobre todas as DSTs. A prevenção ainda é o melhor caminho”, conclui o Dr. Fabiano.
O carnaval é um momento de alegria, mas também requer responsabilidade. Proteger-se é a melhor maneira de garantir que a festa continue segura e saudável para todos os foliões.
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