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Professor de gastronomia da Estácio ensina como reaproveitar os alimentos integralmente e reduzir o desperdício

Reduzir a perda de alimentos pode parecer desafiador, mas com empenho e criatividade é possível driblar esse problema



Data da Publicação da Notícia : 23/12/2024 13:45 por Usina de Notícias

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O desperdício de alimentos nos lares não afeta apenas o orçamento das famílias, mas traz impactos sociais, econômicos e ambientais significativos para o resto do mundo. Uma estimativa elaborada pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) aponta que globalmente 14% dos alimentos são perdidos após a colheita até o varejo e 17% são desperdiçados no varejo e nas residências. Reduzir a perda de alimentos pode parecer desafiador, mas com empenho e criatividade é possível driblar esse problema, como ensina o professor de Gastronomia da Estácio, Frederico Divino. 

“É possível aproveitar praticamente em sua totalidade diversos alimentos de forma muito simples, que não exige receitas complexas. A polpa da abóbora moranga poder ser usada para fazer purê, escondidinho ou outra receita, e sua casca pode ser utilizada para preparar um doce de abóbora ou ser refogada para fazer um risoto; e ainda, a semente pode se transformar em petisco, basta torrá-la no forno ou na panela com sal e tempero. A casca do chuchu pode ser cortada em pedaços bem pequenos, depois de lavá-la em água clorada (para cada litro de água, uma colher de sopa de água sanitária) por 15 minutos, para fazer um suflê”, ilustra. 

Outras “sobras” que seriam descartadas ganham nova utilidade na cozinha substituindo os temperos industrializados. “As cascas de cebola, alho, folhas de salsão e aipo, e até o osso do frango, podem ser refogados na panela por cerca de 1 minuto, jogando em seguida água fria para fazer um fundo, que pode ser usado como base para molhos e caldos” sugere. 

Frederico Divino recomenda outros aproveitamentos na cozinha que em nada modificam o sabor: “Não é necessário descascar cenoura e batata, é só lavá-las adequadamente e usar esses legumes em sua totalidade. O talo da salsinha, por exemplo, pode ser usado para fazer chá; o talo de couve pode ser picado em rodelas pequenas e cozinhado com arroz. A entrecasca da melancia, ou seja, o miolo que fica entre a polpa e a casca verde, pode ser ralada para fazer um doce. O suco de abacaxi pode ser preparado com a casca batida com hortelã, devendo apenas lavá-la com uma escova e em seguida deixá-la em água clorada por 15 minutos. Vira um suco extremamente saboroso. Com a casca do abacaxi, que é riquíssima em fibra, também dá para fazer doce da fruta, sem nenhuma perda de sabor”, comenta. 

De acordo com o professor da Estácio, a redução do desperdício de alimentos em casa inclui também uma conservação adequada dos insumos. “O fundo de legumes que mencionei, com as sobras de folhas e cascas de cebola e alho, pode ser coado, colocado em forminhas de gelo e ficar congelado por até um ano. Outra orientação é em relação aos folhosos, que são extremamente perecíveis: assim que chegar do supermercado, lave todas as folhas em água clorada, separe-as, seque uma a uma com um pano limpo para retirar toda a umidade; depois faça camadas com as folhas e papel toalha em um utensílio de plástico e guarde na geladeira, isso aumentará sua durabilidade”, descreve. 

O especialista finaliza lembrando que alguns insumos não devem ser armazenados na geladeira, pois irá acelerar sua deterioração. “A cebola não deve ser guardada na geladeira, isso acelera o processo de brotação, assim como a cenoura, que murcha mais rapidamente”, orienta. 



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