Buenos Aires (EFE).- O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, foi à residência presidencial da Quinta de Olivos nesta terça-feira para se reunir com o atual mandatário, Alberto Fernández, e iniciar a transição para o governo que tomará posse em 10 de dezembro.

O líder da coalizão política A Liberdade Avança (extrema direita) se deslocou em um veículo particular do Hotel Libertador, em Buenos Aires, onde seu bunker de campanha está instalado há semanas, e chegou à residência presidencial, localizada na província de Buenos Aires, ao norte da capital, depois das 8h15 (horário de Brasília).

Milei participou da reunião com Nicolás Posse, homem-forte de sua campanha e que pode se tornar seu chefe de gabinete.

Inicialmente, essa reunião seria realizada na segunda-feira, feriado na Argentina, mas a equipe de campanha do presidente eleito finalmente confirmou que ela não aconteceria. Desde as 8h30, o presidente em exercício e o presidente eleito realizam a reunião que marca o início da transição.

Milei venceu o segundo turno das eleições presidenciais no domingo passado contra o candidato do partido governista e atual ministro da Economia, Sergio Massa, que na segunda-feira apresentou a equipe de sua confiança que assumirá o comando da transição econômica.

Com 99,28% da apuração concluída e uma participação eleitoral de 76,31%, o libertário Milei obteve quase 14,5 milhões de votos, 55,69%, enquanto o candidato da peronista União pela Pátria recebeu 11,5 milhões (44,30%).

A Argentina espera impacientemente que essa transição ocorra sem problemas, tendo em vista a situação pela qual o país atravessa.

Há grandes expectativas quanto ao desempenho dos mercados de ações e de câmbio na Argentina nesta terça-feira, a primeira sessão de negócios desde a vitória de domingo de Milei, um economista libertário que defendeu a dolarização da economia e o fechamento do Banco Central, entre outras medidas econômicas de longo alcance.

Com uma inflação anual de 142,7%, pobreza de 40,1% e uma diferença cambial de 200%, a situação econômica do país exige medidas urgentes para restaurar a calma de uma sociedade que votou por mudanças radicais para o período de 2023 a 2027. EFE