Governo nega intervenção de Lula em empréstimo para favorecer o peronismo na Argentina
Segundo informações do jornal “O Estado de S. Paulo”, Lula ligou para a ministra do Planejamento, Simone Tebet, que é a governadora brasileira no CAF, para pedir-lhe que interviesse na operação que visa favorecer o partido governista na Argentina
Data da Publicação da Notícia : 05/10/2023 09:38 por Redação
Luiz Inácio Lula da Silva. EFE/Arquivo/André Borges
Brasília (EFE).- O governo federal negou esta quarta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha intervindo na decisão do Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF) de conceder um empréstimo à Argentina para favorecer o candidato peronista à presidência do país vizinho, Sérgio Massa.
A Presidência da República divulgou hoje um comunicado no qual rechaçou versões da imprensa segundo as quais Lula interveio para que o CAF aprovasse um empréstimo de US$ 1 bilhão concedido à Argentina no último mês de julho.
Segundo informações do jornal “O Estado de S. Paulo”, Lula ligou para a ministra do Planejamento, Simone Tebet, que é a governadora brasileira no CAF, para pedir-lhe que interviesse na operação que visa favorecer o partido governista na Argentina.
“Diferentemente do que vem sendo repercutido, o empréstimo de 1 bilhão de dólares feito pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) não teve intervenção do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Também ao contrário do informado, o Chefe de Estado brasileiro não conversou sobre o empréstimo com a ministra do Planejamento”, afirma a nota.
O comunicado esclarece que o empréstimo foi solicitado pela Argentina como forma de facilitar as negociações que vinha realizando com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O CAF convocou os países acionistas em junho para analisar esse pedido e aprovou o empréstimo em 28 de julho por decisão da direção do banco, em reunião virtual, com o voto favorável de 19 dos seus 21 membros, segundo o comunicado.
A Presidência da República ressaltou, nesse sentido, que o Brasil tem apenas um voto, enquanto outros países como Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela têm dois.
Da mesma forma, destacou que o empréstimo é uma resposta da América Latina “com espírito de urgência e espírito de solidariedade e confiança, à necessidade de um país acionista”.
Além disso, frisou que a saúde econômica da Argentina é essencial para o Brasil, já que é o seu maior parceiro comercial na região, com uma troca de US$ 20,5 bilhões nos primeiros oito meses deste ano.
Um link para a reportagem do “Estadão” foi compartilhado nas redes sociais pelo candidato presidencial de extrema-direita Javier Milei, que lidera as pesquisas de intenção de voto junto com Massa, e atribuiu a suposta intervenção aos temores da esquerda à sua possível vitória nas eleições.
“A casta vermelha treme. Muitos comunistas furiosos e com ações diretas contra mim e meu espaço. A liberdade avança!”, escreveu Milei em seu perfil no X, o antigo Twitter. EFE
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