Biden ameaça vetar iniciativa republicana para evitar paralisação do governo
Faltam menos de 48 horas para o governo fique sem fundos, o que levaria o fechamento da maioria das agências governamentais, museus e parques nacionais, enquanto centenas de milhares de funcionários federais ficariam temporariamente sem trabalho e sem rem
Data da Publicação da Notícia : 30/09/2023 08:34 por Redação
EFE/Arquivo/JIM LO SCALZO / POOL
Washington (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ameaçou nesta sexta-feira vetar uma iniciativa dos republicanos da Câmara dos Representantes para evitar uma paralisação do governo, uma vez que inclui fundos para reforçar a segurança na fronteira com México e limita os programas de asilo.
Em um comunicado, a Casa Branca acusou os republicanos de estar perdendo tempo em “jogos partidários” em vez de buscar uma solução que possa contar com o apoio de ambos os partidos, Democrata e Republicano, para evitar uma paralisação do governo.
Faltam menos de 48 horas para o governo fique sem fundos, o que levaria o fechamento da maioria das agências governamentais, museus e parques nacionais, enquanto centenas de milhares de funcionários federais ficariam temporariamente sem trabalho e sem remuneração.
A paralisação parece inevitável neste momento e a Casa Branca já instou as agências federais a se prepararem.
O foco está agora no presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Kevin McCarthy, que está impulsionando o projeto de lei que Biden ameaçou vetar e que prolongaria o financiamento do governo por mais um mês, até 31 de outubro.
Esse projeto de lei reduziria em 8% o financiamento para o governo, mas aumentaria o financiamento para reforçar a fronteira com o México e combater os cartéis do tráfico de drogas, ao mesmo tempo que limitaria o uso do aplicativo “CBP One” criado por Biden para agilizar os casos de asilo.
“Um dos objetivos deste projeto é abordar o fracasso histórico do presidente Biden na fronteira sul”, disse McCarthy em entrevista coletiva nesta sexta.
No entanto, não está claro se McCarthy tem votos suficientes para aprovar a medida, uma vez que a ala dura do partido relacionado ao ex-presidente Donald Trump está resistindo em aceitar uma medida temporária que financie o governo para além de 30 de setembro, quando se esgotam os fundos disponíveis.
O objetivo daquele grupo republicano é desfazer um acordo alcançado em junho por McCarthy e Biden, pelo qual o Congresso suspendeu o limite da dívida dos EUA em troca de que a Casa Branca aceitará limites específicos aos gastos do governo.
Esses republicanos não gostaram do acordo e querem mais cortes. Especificamente, procuram estabelecer um limite de despesa pública de US$ 1,47 bilhão para o ano fiscal de 2024, o que representa mais US$ 120 milhões em cortes do que o acordado.
Em todo caso, mesmo que a maioria republicana na Câmara Baixa consiga aprovar este projeto de financiamento governamental, o Senado, controlado por uma maioria democrata, não está disposto a considerá-lo.
De fato, o Senado está concentrado atualmente em fazer avançar uma iniciativa que conta com o apoio majoritário de democratas e republicanos e que prolongaria temporariamente o financiamento do governo por seis semanas, até 17 de novembro.
No entanto, também não parece provável que esta proposta seja aprovada antes de que o governo fique sem fundos à meia-noite de domingo, 1º de outubro, quando começa o novo ano fiscal.
O principal obstáculo neste processo é o senador republicano Rand Paul, que está fazendo todo o possível para abrandar a aprovação do projeto porque contém ajuda militar à Ucrânia, algo a que tanto ele como a ala do partido mais simpatizante de Trump se opõem.
Esta seria a primeira paralisação do governo desde 2019, a mais longa da história dos EUA e com duração de 35 dias.
Essa paralisação ocorreu durante a presidência de Trump devido a divergências entre democratas e republicanos sobre o financiamento do muro que ele queria construir na fronteira com o México. EFE
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