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Petro propõe tribunal internacional e uma “Otan amazônica” para defender a floresta

“Se o motor da Amazônia está cada vez mais ilegal e representa um crime contra a humanidade, como defender a vida? Com ??razões, mas também com armas”



Data da Publicação da Notícia : 09/08/2023 09:32 por Redação

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Gustavo Petro nesta terça-feira, em Belém. EFE/Antonio Lacerda

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Belém (EFE).- O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, propôs nesta terça-feira, no âmbito da Cúpula dos Países Amazônicos, a criação de um tribunal ambiental internacional para julgar atos ilegais na região e uma espécie de “Otan amazônica” para defendê-la “com armas”.

“Se o motor da Amazônia está cada vez mais ilegal e representa um crime contra a humanidade, como defender a vida? Com ??razões, mas também com armas”, sugeriu Petro em seu discurso na quarta cúpula presidencial da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), que acontece hoje e amanhã na cidade de Belém.

Petro indicou que este tribunal ambiental serviria para “julgar os crimes” contra a maior floresta tropical do planeta, “reconhecendo os direitos” do bioma, que nos últimos anos viu a expansão de redes de narcotráfico em seu território, bem como como o desmatamento, o garimpo ilegal e a violência contra indígenas, entre outros crimes.

Nesse sentido, lembrou que ouviu do ex-presidente equatoriano Rafael Correa (2007-2017) essa ideia de estabelecer um “tribunal de justiça ambiental” em nível global, mas o que propõe é limitá-lo aos países amazônicos.

Além disso, defendeu a assinatura de um “tratado militar” na região amazônica com a formação de um bloco semelhante à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e assim enfrentar os “crimes” que ocorrem no território.

O presidente colombiano também reivindicou o fomento de um “centro comum de pesquisas científicas” no qual cientistas dos oito países da OTCA pesquisem a floresta tropical.

Da mesma forma, Petro mais uma vez levantou a bandeira contra o uso de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás, com críticas veladas a governantes progressistas que defendem esse tipo de projeto, inclusive na Amazônia.

“Sem a selva amazônica iremos para os Estados Unidos em êxodo porque o que os povos vão fazer sem água? Eles vão embora, é lógico”, disse.

“É possível manter uma linha política desse nível? Apostar na morte e destruir a vida? Ou devemos propor algo diferente, que é o que chamo de sociedade descarbonizada?”, questionou.

Em sua opinião, “se a floresta produzir petróleo”, os governos da região “estarão matando a humanidade” porque o ecossistema deixará de ser uma “esponja” de dióxido de carbono.

Nesse contexto, alertou que hoje “não basta mais” atingir a meta de “desmatamento zero” para absorver todas as emissões que são lançadas na atmosfera.

“A solução é deixar o petróleo, o carvão e o gás”, reiterou.

Este é o quarto encontro de líderes da OTCA, criada em 1995 e integrada pelos oito países amazônicos (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), e o primeiro desde 2009. EFE




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