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Incêndios avançam em Portugal, e agosto registra mais de 50% da área queimada em 2023

O país vive a pior onda de incêndios deste verão (do Hemisfério Norte)



Data da Publicação da Notícia : 09/08/2023 09:21 por Redação

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Imagem de satélite do incêndio de Odemira. EFE/ ESA

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Lisboa (EFE).- O fogo continua avançando por Portugal, onde a área queimada neste mês de agosto já representa mais da metade do total do ano, com a preocupação concentrada em um incêndio que já devastou mais de 7.000 hectares em Odemira (sul) desde sábado.

O país vive a pior onda de incêndios deste verão (do Hemisfério Norte) e, apesar de alguns dos fogos mais preocupantes dos últimos dias já terem sido controlados, as chamas continuam a arder em Odemira, a cerca de 230 quilômetros ao sul de Lisboa, onde não dão trégua desde sábado.

Este é o incêndio que está causando a “maior preocupação”, confirmou o comandante da Proteção Civil, André Fernandes, em entrevista coletiva no início da tarde, na qual informou que o fogo já consumiu mais de 7.000 hectares, sobretudo de pinheiros, eucaliptos, sobreiros, medronheiros e matos.

O terreno tem complicado o trabalho de extinção do incêndio, com duas frentes ativas, e as autoridades trabalham para evitar que as chamas se alastrem para a Serra de Monchique.

“As próximas 24 horas são cruciais”, insistiu Fernandes, apesar de as previsões meteorológicas não serem favoráveis para os bombeiros. Estima-se que a umidade seja inferior a 50% e as temperaturas superiores a 30 graus Celsius.

Cerca de 1.500 pessoas foram evacuadas por precaução, de cerca de 20 povoados e um camping, embora muitas já tenham começado a voltar a casa. Cerca de mil bombeiros estão mobilizados em Odemira, apoiados por mais de 300 veículos terrestres e 11 aéreos.

Mais de 25.000 hectares queimados

Os 7.000 hectares queimados em Odemira são apenas uma parte dos 25.279 hectares que já arderam neste ano, segundo dados divulgados pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Mais de 50% deste total queimou em agosto, mês em que foram registrados vários incêndios graves.

Em Castelo Branco e Proença-a-Nova (centro) foram queimados mais de 7.000 hectares durante o fim de semana, devido a um incêndio que atingiu algumas casas e deixou 14 pessoas levemente feridas.

Depois de dominado o fogo, moradores e autoridades estão agora a calcular os prejuízos causados, que se estimam em milhões de euros.

Em Leiria, cerca de 130 quilômetros ao norte de Lisboa, dois incêndios queimaram mais de 400 hectares em apenas um dia, na segunda-feira. Os bombeiros continuam no terreno para extinguir eventuais novos focos, embora descrevam a situação como calma.

Governo descarta alerta

O governo português descartou no momento a possibilidade de declarar o estado de alerta no país devido aos incêndios, uma medida que mantém ativas as equipes de prevenção, combate e socorro para que possam ser rapidamente mobilizadas em caso de necessidade.

Embora a situação de alerta “esteja sempre em cima da mesa”, estas medidas “são instrumentos excepcionais que não podem ser banalizados”, afirmou a secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, em entrevista à “CNN Portugal”, nesta terça-feira.

Cerca de 120 municípios do interior das regiões Norte, Centro e Algarve estão em risco máximo de incêndio nesta terça-feira, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). EFE




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