Método Dunstan pode ajudar a identificar causas do choro do bebê
Método que contempla cinco linguagens do bebê pode auxiliar os pais a sanar as necessidades da criança nos primeiros meses de vida
Data da Publicação da Notícia : 10/07/2023 13:55 por Luiz Affonso Mehl
Para os pais de primeira viagem, a chegada de um recém-nascido é sempre um momento de descobertas. Logo nos primeiros dias com o bebê, eles já precisam estar preparados para lidar com o choro, algo bastante comum no dia a dia de uma criança pequena. Nesses momentos, é normal que os pais tentem entender o motivo, já que o episódio pode indicar fome, cansaço, entre outros desconfortos.
No início, o enigma do choro pode ser angustiante. Alguns pais ficam perdidos, perdem o sono e se desesperam por não saber como identificar as causas e trazer mais conforto para a criança. Por esse motivo, foi desenvolvido um método para auxiliar as famílias a entenderem os motivos do choro de um bebê.
Segundo o método Dunstan, existem cinco linguagens que os bebês utilizam para se comunicarem com os pais entre o nascimento e os 3 meses de idade. A teoria é que, por meio dessas informações, os pais adquirem o poder de compreender a sonorização das crianças, identificando assim o que originou o choro.
No dia a dia com a criança, as famílias podem unir recursos e garantir mais segurança e conforto ao bebê. A babá eletrônica, por exemplo, pode auxiliar a perceber o tipo de choro que a criança emite quando está só ou quando acorda.
O que é o método Dunstan e como ele pode ajudar os pais?
O método Dunstan foi desenvolvido pela musicista e mãe australiana Priscilla Dunstan, com o objetivo de introduzir pais a uma nova prática capaz de capacitá-los a ouvir o choro do bebê e identificar os motivos para poder acalmá-lo rapidamente.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), durante a primeira infância, o choro é a principal forma de comunicação de uma criança e costuma ser usado para relatar fome, sono, dor ou desconforto. A ideia do método é fornecer um guia capaz de ajudar os pais a compreenderem essa linguagem utilizada nos primeiros meses de vida.
Sem esse tipo de teoria, muitos pais costumam testar diferentes soluções até acertar a necessidade da criança, o que pode aumentar o choro e causar estresse nos pais.
Método Dunstan na prática
Segundo o método, antes de o bebê começar a chorar, ele emite sons diferentes para comunicar cada motivo repetidamente. São esses sinais que ajudarão os pais a interpretar as necessidades da criança e minimizar qualquer sofrimento e desconforto o mais rápido possível.
Cabe ressaltar que esses sons são restritos a bebês de 0 a 3 meses de idade. Segundo o método australiano, após esse período, as crianças já começam a desenvolver uma linguagem própria e mais ampla para se comunicar, não sendo possível utilizar esses sons como base para interpretar o choro.
Ao ler sobre os sons, pode parecer inviável distingui-los, mas é bem possível percebê-los, pois os pequenos os emitem repetidamente antes de apelarem para o choro. No entanto, há vídeos disponíveis na internet que explicam melhor a sonorização desses sinais e também aplicativos disponíveis para auxiliar os pais na identificação dos mesmos.
Choro de fome
Ao ouvir uma criança chorar, é normal que muitos pais já associem o choro à fome. O sinal do método característico de fome é quando o pequeno mantém a língua pressionada no céu da boca e emite um som de “neh”. Ao perceberem esse barulho, os pais podem oferecer aos bebês o peito ou a mamadeira.
Choro de cansaço
O sono também costuma ser um dos motivos frequentes para o choro de um bebê. Segundo o método, o som que sinaliza a necessidade de dormir é um “owh” e parece com um bocejo. Para ajudar na identificação, os pais podem observar a boca da criança, que nesses casos, irá criar uma forma ovalar ao emitir o som.
Nesse momento, os pais devem adotar as práticas que já utilizam para colocar os bebês para dormir. Alguns costumam aninhá-los em silêncio, já outros adotam cantigas enquanto balançam o pequeno cuidadosamente nos braços.
Choro de desconforto
Há também um choro que pode ajudar os pais a identificar possíveis desconfortos. Seguindo as teorias do método, quando o bebê está incomodado com algo, ele emite um som parecido com “heh” que costuma vir em um tom de reclamação.
Esse barulho pode indicar o desconforto com fralda suja, posição errada, calor ou frio. Nesse caso, a ideia é que os pais descartem as opções e tentem solucionar o problema com base nas possibilidades restantes. Por exemplo, se já foi verificado que a fralda está limpa, é hora de se atentar à temperatura do ambiente ou à posição em que o bebê está.
Vale lembrar que, em momentos nos quais os pequenos estão sozinhos no quarto, o uso de babá eletrônica pode ajudar. Segundo o D’Or Mais Saúde, existem diferentes modelos disponíveis no mercado, como opções com WiFi, monitor, câmera noturna e visão 360º.
Choro de gases ou cólica
Um dos sons mais fáceis de identificar é aquele que mostra o desconforto ou sofrimento por cólicas ou gases. O sinal emitido é parecido com “eairh” e costuma ser um som mais irritado, forte, estridente e insistente.
Esse tipo de choro é bastante comum nos primeiros meses de vida, principalmente devido ao motivo. Segundo a SBP, as cólicas e gases são naturais nesse período e fazem parte do desenvolvimento da criança. Elas ocorrem, pois o organismo do bebê ainda está se acostumando a digerir o leite e a flora intestinal não está formada.
Choro de arroto
Ainda de acordo com o método, existe um som específico para quando o bebê está precisando arrotar. O sinal emitido por ele é similar ao “eh” e ocorre pois, devido à necessidade de expelir ar, a caixa torácica fica comprimida.
Sempre que os pais perceberem esse som, devem colocar os pequenos para arrotar e aliviar o desconforto causado pelos gases.
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