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Brics pedem a países ricos que destinem seus recursos a erradicar a pobreza global

“A atenção e os recursos de nossos parceiros mais ricos foram desviados e as agendas de nossas organizações multilaterais não respondem mais às necessidades e demandas do sul global”, disse Naledi Pandor



Data da Publicação da Notícia : 03/06/2023 08:33 por Redação

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EFE/HALDEN KROG

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Johannesburgo (EFE).- Os chanceleres do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) afirmaram nesta sexta-feira que “a atenção e os recursos” dos países ricos estão atualmente destinados a conflitos, em detrimento da erradicação da pobreza global.

“A atenção e os recursos de nossos parceiros mais ricos foram desviados e as agendas de nossas organizações multilaterais não respondem mais às necessidades e demandas do sul global”, disse Naledi Pandor, ministra de Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul.

Pandor, cujo país ocupa a presidência rotativa do Bric este ano, fez essas declarações na abertura do segundo dia do encontro que os chanceleres do bloco começaram ontem na Cidade do Cabo, onde preparam a cúpula de chefes de Estado e de governo da organização marcada para o próximo mês de agosto em Joanesburgo.

Junto com Pandor, participam do encontro os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira; da Rússia, Serguey Lavrov; e da Índia, Subrahmanyam Jaishankar; além do vice-ministro das Relações Exteriores da China, Ma Zhaoxu.

Além disso, 15 chanceleres da África e do sul global, “amigos dos Brics”, foram convidados a participar da reunião desta sexta-feira virtualmente ou pessoalmente, segundo a pasta de Pandor.

Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Cuba, República Democrática do Congo, Comores, Gabão e Cazaquistão enviaram representantes à Cidade do Cabo, enquanto Egito, Argentina, Bangladesh, Guiné-Bissau e Indonésia participaram virtualmente.

“Não podemos permitir que o conflito em uma parte do mundo substitua o objetivo de erradicar a pobreza global como o maior desafio global, então precisamos ver como podemos trazer a atenção e os recursos do mundo de volta a esse fato preocupante”, destacou Pandor, em uma referência velada à guerra na Ucrânia.

“O sofrimento dos pobres está esquecido”, lamentou a ministra sul-africana, salientando que “erradicar a pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global e uma condição indispensável para o desenvolvimento sustentável”.

Pandor também denunciou que “os países desenvolvidos não cumpriram seus compromissos com o mundo em desenvolvimento e estão sistematicamente tentando transferir a responsabilidade para o sul global”.

Na reunião de hoje também falou o vice-ministro das Relações Exteriores de Cuba, Gerardo Peñalver Portal, que destacou que os Brics “podem e devem contribuir significativamente para a necessária reforma do atual sistema financeiro internacional, profundamente injusto, antidemocrático, especulativo e excludente”.

“Não podemos permitir que o conflito em uma parte do mundo substitua o objetivo de erradicar a pobreza global como o maior desafio global, então precisamos ver como podemos trazer a atenção e os recursos do mundo de volta a esse fato preocupante”, destacou Pandor, em uma referência velada à guerra na Ucrânia

Após a reunião de quinta-feira, a sul-africana e seus homólogos confirmaram que o bloco está estudando fórmulas para abrir as portas a novos membros, embora reconheçam que ainda há trabalho a ser feito para ativar essa expansão.

Os ministros também devem discutir a cúpula de chefes de Estado e de governo do Brics que acontecerá em Joanesburgo de 22 a 24 de agosto, já marcada por dúvidas sobre a presença do presidente russo, Vladimir Putin, por ser alvo de um mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). EFE




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