Argentina “repensa” acordo com FMI por cláusula de mudança climática
Segundo o presidente argentino, foi estipulado que a “mudança climática” é uma das razões que pode produzir uma lacuna no programa
Data da Publicação da Notícia : 18/04/2023 08:24 por Redação
O presidente de Argentina, Alberto Fernández. EFE/Arquivo/Juan Ignacio Roncoroni
Buenos Aires (EFE).- O presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou nesta segunda-feira que seu governo está “repensando” um acordo assinado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) porque tem uma cláusula de “mudança climática” que o país, em meio a uma seca histórica, se viu impedido de cumprir.
“É enorme o trabalho que está sendo feito em relação a essa cláusula”, disse Fernández em um evento na cidade de Benavídez, na província de Buenos Aires, após o ministro da Economia, Sergio Massa, voltar de uma viagem a Washington, nos Estados Unidos, para participar de um encontro do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM).
Fernández lembrou que o acordo com o FMI, firmado em março de 2022 para refinanciar uma dívida de US$ 45 bilhões que a Argentina contraiu com a entidade, tem uma cláusula indicando que se as condições econômicas projetadas no programa não forem cumpridas por razões fora do controle do país, é necessário “repensar o programa”.
“Especificamente”, segundo o presidente argentino, foi estipulado que a “mudança climática” é uma das razões que pode produzir uma lacuna no programa.
Um déficit de chuva pelo terceiro ano consecutivo no verão reduziu a produção de um dos principais produtores e exportadores agrícolas do mundo, o que pode significar um prejuízo de cerca de US$ 20 bilhões em exportações em um país com escassez de moeda estrangeira – e uma consequente queda na arrecadação traz risco de aprofundar o déficit fiscal.
Massa está em Washington desde a última quinta-feira e lá se encontrou com a diretora gerente do FMI, Kristalina Georgieva, além de funcionários do governo dos EUA e de organizações multilaterais, o que lhe permitiu obter financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Banco Mundial e do fundo soberano de riqueza da Arábia Saudita. EFE
Os comentários são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.