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Leandro Boldrini é condenado novamente por matar seu filho Bernardo

Leandro Boldrini foi condenado a 31 anos e 8 meses de prisão pelo assassinato do filho



Data da Publicação da Notícia : 23/03/2023 19:25 por Redação

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Os jurados acolheram a tese do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) e condenaram nesta quinta-feira, 23 de março, o réu Leandro Boldrini. O pai de Bernardo foi sentenciado à pena de 31 anos e 8 meses de prisão por homicídio quadruplamente qualificado (motivo torpe, motivo fútil, emprego de veneno e dissimulação) e falsidade ideológica.

O julgamento começou na segunda-feira, 20 de março, no Fórum de Três Passos, tendo como representantes do MPRS os promotores de Justiça Lúcia Helena de Lima Callegari e Miguel Germano Podanosche. Nesta quinta-feira, o promotor-assessor da Subprocuradoria-geral de Justiça para Assuntos Institucionais do MPRS Fernando Sgarbossa, secretário-executivo do Grupo Especial de Atuação no Tribunal do Júri (Júri +), e o vice-presidente Administrativo e Financeiro da Associação do MPRS (AMP/RS), Fernando Andrade Alves, estiveram no plenário prestando apoio e parabenizando os colegas pelo resultado.

Boldrini já havia sido julgado e condenado em 2019, a 33 anos e 8 meses de prisão, juntamente com os outros três acusados. Uma decisão da 1ª Câmara Criminal do TJRS, em dezembro de 2021, no entanto, anulou o julgamento. 

O segundo julgamento foi marcado pela emoção de testemunhas, por protestos e pela ausência do réu nas sessões. Além disso, por indicação da defesa, Leandro não respondeu aos questionamentos. Na segunda-feira, a promotoria apresentou áudios e vídeos que mostravam a relação conturbada entre pai e filho. Em uma das gravações caseiras, Bernardo aparecia gritando "socorro" em repetidas ocasiões. Em certo momento, o réu pediu para sair da sala para voltar em seguida. 

Em outra ocasião, o médico chegou a esboçar um choro contido. Uma conversa entre Bernardo, pai e madrasta prosseguiu na apresentação da promotoria. O menino foi ofendido verbalmente pelos adultos e diz que o pai o agrediu. Descontrolado, o menino desejou que o "pai morresse". É este áudio em que ela afirma ao enteado "tu não sabe do que sou capaz de fazer". Leandro Boldrini chegou a repetir negativas com a cabeça e engoliu seco diversas vezes. Mordeu as unhas e se movia na cadeira demonstrando nervosismo. Bernardo foi ouvido novamente na gravação, como se tivesse sido dopado, falando com dificuldade.

Ausência

Na terça-feira, o médico passou mal um pouco antes de iniciar a sessão do júri. A defesa informou que ele estava no Fórum, mas não tinha condições de estar presente no plenário. Um grito seu foi ouvido, ainda na rua. Após mais uma crise nervosa, ainda pela manhã, o pai da vítima foi levado para a Penitenciária Modulada de Ijuí após o meio-dia.

Quarta a ser ouvida nesse dia, a "Tia Ju", como o vizinho Bernardo a chamava, deu um depoimento repleto de emoção. A comerciante Juçara Petry diz que Bernardo "era muito inteligente e ia longe". A sessão precisou ser interrompida quando foi questionada sobre a última vez que o viu. 

Juçara estranhou quando Boldrini perguntou pelo filho quando estava desaparecido. "Ele nunca nos ligava para saber como estava", disse a testemunha. Segundo a "Tia Ju", o quarto que ela arrumou para o Bernardo quando ele ia para sua casa continua com as coisas do menino lá, até hoje. "O último aniversário, última Páscoa e o último Dia dos Pais dele foi na minha casa", revelou.

A situação dos demais réus

  • Graciele Ugulini (madrasta) – condenada a 34 anos e sete meses de reclusão em regime inicial fechado, está presa no Presídio Feminino Madre Pelletier com previsão de progressão para o semiaberto em 2026;
  • Edelvania Wirganovicz (amiga de Graciele) – condenada a 22 anos e 10 meses de reclusão em regime inicial fechado, cumpre pena no regime semiaberto no Instituto Penal Feminino de Porto Alegre;
  • Evandro Wirganovicz (irmão de Edelvania) – condenado a nove anos e seis meses em regime semiaberto e atualmente em liberdade condicional.

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