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Voltamos a transmitir o julgamento de Leandro Boldrini – Júri 2 Dia 4 Turno Manhã – 23/03 – 9h30

O crime comoveu não só o país: além de acessos em vários Estados brasileiros, também está sendo acompanhado em outros países



Data da Publicação da Notícia : 23/03/2023 09:29 por Redação

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Assessoria de Imprensa

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O julgamento

À tarde, foram ouvidas duas delegadas que atuaram no caso. A primeira, Caroline Machado, por cerca de 4 horas. A segunda, Cristiane Moura, começou a depor por volta das 18h.

 

O caso

Morador de Três Passos, Bernardo Uglione Boldrini desapareceu no dia 4 de abril de 2014, sendo encontrado morto 10 dias depois, em uma cova vertical nas margens de um riacho, no município vizinho, Frederico Westphalen. Laudos periciais atestaram a presença de Midazolam no estômago, rim e fígado da vítima, na época, com 11 anos de idade. A superdosagem do medicamento teria sido a causa da morte do menino.

Os réus Leandro Boldrini (pai do menino), Graciele Ugulini (madrasta), Edelvânia (amiga de Graciele) e Evandro Wirganovicz (irmão de Edelvânia) respondem por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica (este, só Leandro).

O processo que apura o crime tem cerca de 9 mil páginas, distribuídas em 44 volumes. Na fase de instrução processual, foram ouvidas 25 testemunhas arroladas pela acusação, 29 indicadas pelas defesas e os quatro réus.

Qualificadoras

As qualificadoras imputadas ao crime principal, o homicídio, são: motivo torpe, fútil, com emprego de veneno e mediante dissimulação.

  • Motivo torpe - Paga ou promessa de recompensa. A madrasta teria oferecido dinheiro (R$ 90 mil, tendo antecipado R$ 6 mil) à amiga para que esta a ajudasse a matar o enteado, com conhecimento do médico
  • Motivo torpe - A denúncia aponta que Leandro e Graciele não queriam partilhar com Bernardo os bens da herança deixada pela mãe dele, morta em 2010
    Motivo fútil - Leandro e Graciele considerariam a vítima um estorvo no novo núcleo familiar
  • Crime cometido mediante emprego de veneno em razão da aplicação de superdosagem do medicamento Midazolam - Edelvânia e Graciele teriam adquirido o remédio utilizando receituário azul com timbre e carimbo de Leandro
  • Crime cometido mediante dissimulação - A vítima teria sido conduzida, mediante dissimulação, para acompanhar Graciele na viagem até Frederico Westphalen, e realizar atividade de seu agrado, sem condições de saber a real intenção

Causa de aumento de pena

No caso em análise, há imputação de aumento de pena por ser a vítima menor de 14 anos de idade na data do fato.

Relatos das testemunhas de defesa e nova ausência do réu em plenário marcam terceiro dia de júri

O terceiro dia do julgamento encerrou a etapa de depoimento de testemunhas do caso. A sessão desta quarta-feira (22) se encerrou às 22h, no fórum do município no noroeste do Estado.

O dia começou com o depoimento da última testemunha de acusação do caso, a psicóloga Ariane Schmitt, que falou sobre como eram as sessões de terapia com Bernardo. A profissional pediu para depor sem a presença do réu — que se deslocou ao fórum, mas não acompanhou a audiência pelo segundo dia consecutivo.

O primeiro depoimento de testemunha arrolada pela defesa nesta quarta-feira foi o de Luis Omar Gomes Pinto, que na época era casado com uma das babás de Bernardo. Inicialmente, os advogados chegaram a dispensar a oitiva de Pinto, mas o Ministério Público pediu que o depoente fosse mantido em plenário e a juíza acatou o pedido.

Na sequência, foi ouvida a técnica em enfermagem e ex-funcionária de Boldrini, Marlise Cecília Rentz, que afirmou que a relação de Bernardo e Graciele era boa no início do casamento dela com o médico, mas que houve uma ruptura tempos depois.

As duas testemunhas seguintes tiveram relatos muito breves. Foram ouvidas Lori Heller (ex-babá do menino) e Rosângela Pinheiro (ex-colega de Boldrini).

Por último, foi ouvido o primo de Boldrini, Andrigo Rebelato. O advogado, que é morador de Porto Alegre, afirmou que acredita na inocência do parente.

 

Julgamento

Boldrini é acusado de ter sido o mentor intelectual da morte do filho. O réu havia sido condenado, em 2019, a 33 anos e oito meses de prisão em regime fechado, mas a decisão foi anulada em 2021 – fazendo com que ele seja submetido a novo julgamento.

A anulação ocorreu porque o Tribunal de Justiça (TJ) entendeu que o Ministério Público violou o direito do médico de ficar em silêncio no interrogatório daquela sessão.

O novo júri teve início na segunda-feira (20) e a previsão de encerramento é para a quinta-feira (23). Os outros três réus não serão julgados novamente porque suas condenações foram mantidas (confira abaixo a situação de cada um deles).

 

A situação dos demais réus

  • Graciele Ugulini (madrasta) – condenada a 34 anos e sete meses de reclusão em regime inicial fechado, está presa no Presídio Feminino Madre Pelletier com previsão de progressão para o semiaberto em 2026;
  • Edelvania Wirganovicz (amiga de Graciele) – condenada a 22 anos e 10 meses de reclusão em regime inicial fechado, cumpre pena no regime semiaberto no Instituto Penal Feminino de Porto Alegre;
  • Evandro Wirganovicz (irmão de Edelvania) – condenado a nove anos e seis meses em regime semiaberto e atualmente em liberdade condicional.

 

Crimes conexos

A denúncia imputa aos quatro acusados o delito de ocultação de cadáver, bem como o delito de falsidade ideológica em face de Leandro Boldrini.

Para conferir a cronologia do caso, acesse: LINHA DO TEMPO.

Processo nº 075/2.14.0000704-8

Texto: Janine Moreira de Souza | | Assessora-Coordenadora de imprensa: Adriana Arend | imprensa@tjrs.jus.br


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