China x Estados Unidos: a “guerra fria” da vez
A “Guerra Fria” do século XXI é entre as duas maiores potências de agora
Data da Publicação da Notícia : 13/03/2023 09:07 por Redação
Ilustrativa
A guerra da Ucrânia vem sendo olhada como o renascimento da Guerra Fria, mas vale a pena atualizar nossos conceitos e olhar sob a perspectiva atual. A “Guerra Fria” do século XXI é entre as duas maiores potências de agora, Estados Unidos e China, e a guerra na Europa pode vir a ser considerada apenas como uma frente menor desse conflito.
A “armadilha de Tucídides”
A Armadilha de Tucídides é um conceito utilizado na disciplina de Relações Internacionais e que se refere à elevada probabilidade de um conflito entre dois países quando um deles é o país dominante em um sistema e um outro país está crescendo e ameaçando tirar o domínio da potência dominante. Tucídides foi um historiador da Grécia Antiga que abordou o problema da guerra entre Esparta e Atenas, as duas maiores cidades-estado da Grécia.
Existem outros exemplos históricos dessa armadilha; o mais conhecido é a oposição crescente entre a Inglaterra e a Alemanha nos 40 anos que antecederam a Primeira Guerra Mundial. Estados Unidos e China parecem estar “presos” na armadilha de novo.
Será que Xi Jinping vai “jogar no cassino”?
Ninguém previu que Putin pudesse atacar a Ucrânia do jeito que atacou em 24 de fevereiro de 2022, e importa não esquecer – todo o mundo era unânime em considerar isso impossível. A jogada parecia simplesmente demasiado arriscada e sem chances de sucesso, como um lance na roleta ou uma rodada nos caça-níqueis do novibet.com ou de outro cassino online semelhante. Putin arriscou mesmo e perdeu muito mais do que ganhou.
Será que o presidente chinês, Xi Jinping, vai tentar algo semelhante contra Taiwan? Recuperar a ilha “independente” é um objetivo primário da política externa chinesa, e Xi já afirmou que não renuncia a capturar a ilha pela força. Se os Estados Unidos seguirem “distraídos” com a Ucrânia, isso poderá mesmo acontecer. Nos meios especializados internacionais, como a revista Foreign Affairs, o tema é levado muito a sério.
Uma guerra entre a China e os Estados Unidos teria consequências bem mais desastrosas que a da Ucrânia, tratando-se das duas maiores potências econômicas. Todo o comércio internacional sofreria imenso.
Que caminho deve seguir o Brasil?
Recordamos uma notícia de 2019, divulgada aqui no Norte RS, quando o presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, participou num evento com empresários chineses em São Paulo. De forma sensata e equilibrada, Mourão mostrou o melhor da diplomacia brasileira à plateia, lembrando que a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos causa instabilidade política no longo prazo, o que é mau para todos.
Olhamos para o outro grande gigante da política mundial que está de fora destes conflitos – a Índia – e percebemos que é importante ter, no mundo, vozes apelando à calma e colocando seu peso em favor da paz. Esse é também o caminho que melhor serve os interesses do Brasil.
Simultaneamente, é importante que as simpatias ou antipatias ideológicas não nos desviem de algo que também interessa ao Brasil, como à comunidade internacional no seu todo: a importância do respeito pelas fronteiras dos países e por sua autodeterminação. Um mundo em que líderes políticos exijam revisar fronteiras pela força se torna mais instável para todos.
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