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Taxa de obesidade no Brasil é crescente nos últimos anos

Doenças endócrinas associadas a maus hábitos fizeram números dispararem. Segundo Mapa da Obesidade, entre 2019 e 2022 números subiram em mais de 10%



Data da Publicação da Notícia : 20/10/2022 16:19 por DINO

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Em outubro, consolida-se o Dia de Prevenc?a?o a? obesidade, um mal que tem acometido mais de 1 bilha?o de pessoas ao redor do mundo, segundo dados da Organizac?a?o Mundial de Sau?de (OMS). A obesidade tem sido foco de preocupac?a?o para diversas a?reas da sau?de nos u?ltimos anos, devido aos nu?meros preocupantes do Mapa da Obesidade, construi?do pela Associac?a?o Brasileira para o Estudo da Obesidade e Si?ndrome Metabo?lica (Abeso), que aponta um aumento de 72% dos casos nos u?ltimos 13 anos.

Um adicional importante aconteceu entre os anos de 2019 e 2021, momento em que a pandemia teve sua fase mais grave e muitas pessoas tiveram alterac?a?o de ha?bitos e rotina. Esse percentual abrac?a na?o apenas casos de obesidade, mas de sobrepeso, com base no ca?lculo do IMC (I?ndice de Massa Corporal). Conforme estudo realizado pelo Ministe?rio da Sau?de em abril de 2022 (Pesquisa VIGITEL 2021), o i?ndice de obesidade em 2021 ficou em 22,35% no Brasil, comparado a 20,27% do levantamento de 2019.

A obesidade possui muitos fatores relacionados aos ha?bitos de vida do paciente, pore?m tambe?m pode ser alavancada por alterac?o?es hormonais; muitas vezes, cria-se um ciclo vicioso, em que o paciente se ve? sem perspectiva de melhora em sua sau?de, associando tudo aos pro?prios ha?bitos e escolhas, quando o que pode estar em jogo e? um desequili?brio mais profundo que na?o esta? sendo tratado. Em contrapartida, a reduc?a?o de peso e melhora da qualidade de vida tambe?m esta? associada a? ta?o buscada melhora no funcionamento de gla?ndulas como a tireoide, e na regulac?a?o de hormo?nios como testosterona, estroge?nio e cortisol.

A importa?ncia da tireoide e o papel do Cortisol

Segundo o Dr. Aloísio, Diretor Te?cnico da Cli?nica Belief Human Co e endocrinologista membro da instituic?a?o global Endocrine Society, a tireooide e? uma gla?ndula reguladora, responsa?vel pelo metabolismo e gasto de energia do corpo. “Alterac?o?es na tireoide sa?o comuns, e em alguns casos sa?o fatores de risco para o sobrepeso e a obesidade, a exemplo do hipotireoidismo, que sugere uma queda na produc?a?o hormonal e pode contribuir para o ganho de peso”, explica. Ja? o cortisol, um hormo?nio produzido pelas gla?ndulas suprarrenais, esta? diretamente associado ao humor e ao bem estar, uma vez que seus ni?veis variam durante o dia devido a?s atividades do paciente. “O ideal e? um equili?brio nos ni?veis desse hormo?nio, uma vez que o baixo cortisol pode levar a quadros de exausta?o, cansac?o e ate? depressa?o, enquanto o cortisol alto e? o que direciona aos quadros de obesidade e sobrepeso, pois reduz a massa muscular e favorece o armazenamento de gordura, com aumento do apetite,” complementa ele.

Obesidade tambe?m pode estar associada aos hormo?nios sexuais

Falando em sau?de sexual e na associac?a?o dos estroge?nios, androge?nios e testosterona com a obesidade, entendemos que estes sa?o hormo?nios responsa?veis pela distribuic?a?o de gordura pelo corpo e no funcionamento da fertilidade e libido, como citado em recente pesquisa realizada pela School of Medicine (UCSF), e divulgada pela Endocrine Society.

“Todos esses hormo?nios esta?o relacionados ao hipota?lamo e sua interac?a?o com a hipo?fise,” explica o Dr. Aloísio. “O esti?mulo a? hipo?fise e? fundamental para que outras gla?ndulas como os testi?culos e ova?rios trabalhem bem, mantendo bons ni?veis de hormo?nios sexuais,” completa o endocrinologista. A conclusa?o disso e? que homens e mulheres com quadros de obesidade enfrentam maiores chances de infertilidade. “Homens obesos apresentam ni?veis reduzidos de testosterona e o Hormo?nio Luteinizante (LH), o que acarreta em um nu?mero menor de espermatozoides. No lado feminino, a Si?ndrome do Ova?rio Polici?stico (SoP) e? um quadro presente na vida de muitas mulheres obesas e esta? diretamente ligado ao funcionamento do hipota?lamo,” conclui.

O acompanhamento me?dico se mostra imprescindi?vel, em qualquer um dos casos de sobrepeso. Os diagno?sticos podem envolver a mudanc?a de rotina e ha?bitos, ale?m de tratamento psicolo?gico, para que o paciente se motive a fazer exerci?cios e passe a comer melhor; assim como podem estar ligados a? possibilidade dos problemas hormonais estarem gerando o ganho de peso. Por isso, realizar os exames corretos e seguir uma linha de tratamento assertivo e? a indicac?a?o principal de endo?crinos especialistas em quadros de obesidade, como o Dr. Aloísio propo?e. “Pode ser frustrante a caminhada na perda de peso, e por isso o acompanhamento de um endocrinologista e? ta?o necessa?rio. Para que na?o se perca tempo, nem motivac?a?o tratando a obesidade de maneira erro?nea,” conclui ele.

A perda de peso e? uma das alternativas mais sugeridas para reversa?o de quadros severos de obesidade. Pore?m, e? preciso observar que o cuidado ao paciente precisa ser integrado. “O indivi?duo precisa de cuidados em todas as a?reas para reverter a obesidade,” explica Dr. Aloísio. “O equili?brio hormonal e? reflexo de uma vida sauda?vel em todos os ni?veis: fi?sico, emocional e mental.”



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