H. pylori: bactéria pode causar doenças graves no sistema digestivo
OMS estima que 50% da população mundial já se contaminou será contaminada pela bactéria
Data da Publicação da Notícia : 21/09/2022 09:12 por Redação
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Falar sobre bactérias é algo que causa repulsa em bastante gente, mas o que poucos imaginam é que muitas delas estão no corpo humano sem que ninguém se dê conta. A Heliocobacter pylori, por exemplo, é um microorganismo que se aloja na mucosa do trato digestivo e, segundo a Organização Mundial da Saúde, já contaminou ou irá contaminar mais de 50% da população mundial.
De acordo com a Organização Pan-americana de Saúde, a maioria das pessoas infectadas com a bactéria popularmente conhecida como H. pylori não apresenta sintoma e nunca irá desenvolver qualquer problema de saúde. No entanto, sua presença no organismo pode estar associada ao aparecimento de úlceras e até mesmo câncer.
Assim como outras bactérias, a H. pylori pode ser diagnosticada e as doenças que ela causa ao corpo humano, solucionadas na área de cirurgia geral, por exemplo. Para garantir mais eficácia ao tratamento, é essencial que o diagnóstico seja feito nos estágios iniciais, tornando a conscientização dessa bactéria um assunto importante para a população.
H. pylori: o que é e como é transmitida
A bactéria que fica alojada no sistema digestivo de muitas pessoas em todo o mundo foi identificada pela primeira vez em 1983 pelos médicos australianos Barry Marshall e Robin Warren. A descoberta rendeu aos dois o prêmio Nobel em Medicina no ano de 2005.
A H. pylori costuma se acomodar no estômago e é responsável por grande parte das doenças e problemas que acometem o órgão. Segundo a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), a maioria dos casos de pessoas que adquirem essa bactéria ocorre ainda na infância.
A federação aponta que existem alguns fatores de risco que podem contribuir para o contato com a H. plylori, como viver em condições de super-lotação, sem medidas sanitárias satisfatórias e ao lado de outras pessoas que já apresentam infecção pela bactéria.
O câncer é um dos problemas que esse microorganismo pode causar à saúde humana. De acordo com a OMS, a erradicação da bactéria poderia evitar aproximadamente 80% dos casos de câncer gástrico. Esse fator fez com que esse microrganismo fosse classificado como um agente cancerígeno de classe 1, pela Agência Internacional para Pesquisa em Câncer.
Além disso, o Centro Baiano de Gastro Hepatologia e Endoscopia aponta que a H. pylori é também considerada a principal responsável pela causa de gastrite crônica, úlcera péptica e linfoma MALT, sendo também participante de outras condições clínicas como anemia ferropriva de causa obscura, deficiência de vitamina B12 e dispepsia.
Conheça os sintomas da H. pylori
A maioria das doenças que atingem o sistema digestivo apresenta diferentes tipos de sintomas, o que facilita na identificação da enfermidade. No entanto, no caso da H. pylori, nem sempre o indivíduo irá sentir algum desconforto.
Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas causados pela infecção da bactéria só aparecem quando há a presença de úlceras gástricas, duodenais ou desenvolvimento de câncer no estômago.
A FBG aponta que, quando isso ocorre, pessoas com a H. pylori podem apresentar dor ou queimação no abdome, náuseas, vômitos, gases frequentes, sensação de estufamento e perda de peso.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento?
Existem diferentes alternativas para obter o diagnóstico dessa bactéria, podendo ser métodos invasivos ou não invasivos. Exames de sangue, teste respiratório com ureia marcada e teste antígeno fecal são algumas práticas menos hostis para confirmar o contágio.
Medidas invasivas também são utilizadas no diagnóstico. Segundo a FBG, a histologia, a partir da coleta de biópsias da parede do estômago, é uma delas. Além disso, também há o teste de urease, um método endoscópico com coleta de fragmentos.
O tratamento padrão no Brasil contra H. pilory é feito com três medicamentos. Conforme explica a FBG, os pacientes são medicados com inibidores da produção de ácido gástrico e dois antibióticos durante sete dias.
Existem também outras formas de tratamento, mas elas só são utilizadas caso os médicos entendam que há a necessidade de realizar uma nova abordagem no paciente.
Prevenção ajuda a frear casos de H. pylori
De acordo com o Centro Baiano de Gastro Hepatologia e Endoscopia, o modo de transmissão do H. pylori não é completamente conhecido, mas acredita-se que ocorra por meio da saliva ou do toque oral com água e alimentos que tiveram contato com fezes contaminadas.
Sendo assim, para prevenir a infecção, é essencial manter os cuidados com a higiene. Entre as orientações dadas pela FBG estão o hábito de lavar as mãos antes de realizar as refeições e higienizá-las após ir ao banheiro, evitar o compartilhamento de talheres e copos com outras pessoas, consumir alimentos que tenham sido lavados e cozidos da forma correta e se hidratar apenas com água potável.
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