O olhar dos pets diz tudo: se estão com fome, se querem carinho, se sentem medo e se estão felizes. As doenças oculares em animais de estimação são bastante comuns, embora nem sempre sejam diagnosticadas devidamente.

A pedido da Arco, o professor responsável pelo Serviço de Oftalmologia e Microcirurgia da UFSM, Luís Felipe Dutra Corrêa, listou as 5 doenças oftalmológicas mais frequentes. Além disso, ele apresentou alguns sinais que os tutores de pets devem ficar atentos e as principais raças que apresentam problemas oftalmológicos.

Principais doenças oftalmológicas de cães e gatos

1 – Ceratoconjuntivite Seca (olho seco)
É uma doença que resulta da redução da porção aquosa da lágrima e que deixa o olho sem brilho, seco e com muita secreção amarelada. Causa bastante incômodo ao animal. É uma enfermidade ocular grave que pode se tornar crônica e comprometer a visão do animal.

2 – Úlcera de córnea
A córnea é a camada mais externa, brilhante e transparente do olho. Na úlcera de córnea, há perda das células que formam essa camada do olho do animal, que, se não tratada rapidamente, pode evoluir para as camadas mais profundas e perfurar o olho.

3 – Catarata
Nos olhos, existe uma “lente”, e a visão depende da luz que atravessa por ela. A catarata ocorre quando essa “lente”, que deveria ser cristalina, ou suas cápsulas, ganha uma coloração branca e fica opaca. O problema impede a passagem da luz e obstrui a visão do animalzinho.

4 – Cílios ectópicos ou distiquíase
São cílios que crescem no lugar errado (cílios ectópicos) ou na direção errada (distiquíase), ou seja, na parte interna da pálpebra e que começam a machucar a córnea. Como o cílio tem um crescimento contínuo, é normal que o problema piore com o passar do tempo e pode, com essa evolução, causar uma lesão importante na córnea.

5 – Protrusão da glândula da terceira pálpebra (olho de cereja)
Ocorre quando a glândula da terceira pálpebra aumenta de tamanho, projeta-se para fora e gera uma bolinha vermelha, que pode variar de tamanho, chegando ao tamanho de uma cereja. Essa glândula fica exposta para fora do olho, passa por uma infecção e afeta a proteção da superfície do globo ocular, tendo em vista que esta é responsável por produzir uma porção significativa da fração aquosa da lágrima.

Quando devo levar meu pet ao oftalmologista?

São várias as alterações que um cão ou gato pode sofrer nos olhos. É importante o tutor ficar atento e, sempre que encontrar qualquer uma delas, procurar ajuda especializada.  Entre os sinais que sugerem que é hora de levar o animal ao especialista em oftalmologia veterinária estão:

- Olhos vermelhos
- Excesso de secreção
- Opacidade da córnea
- Sinais de dor ou desconforto, como piscadas em excesso
- Opacidade da córnea
- Lacrimejamento

Principais raças que apresentam problemas oculares

Especialista em oftalmologia veterinária, o professor Dutra explica que as doenças oculares tendem a afetar algumas raças específicas. Em sua rotina clínica, observa que entre os animais mais afetados por doenças oculares estão os cachorros da raça Shih Tzu e os gatos Persas, ambos braquicefálicos.

Os animais braquicefálicos são conhecidos pelo focinho achatado, olhos grandes e, por vezes, arregalados. Essa formação genética, em que o crânio apresenta largura menor e desproporcional ao comprimento do animal, aumenta o risco de deslocamento ocular, encurtamento da glândula lacrimal e pálpebras que nem sempre são envolvidas corretamente, gerando maior predisposição a ressecamento e ulcerações.

Serviço de oftalmologia animal no Hospital Veterinário Universitário – UFSM

O Hospital Veterinário Universitário da UFSM possui um centro de análise completo em oftalmologia animal. O espaço conta com equipamentos avançados para a realização de procedimentos oftálmicos, com microscópio cirúrgico, eletrorretinografia, ultrassonografia, câmera de fundo de olho e moderno facoemulsificador para a realização da cirurgia de catarata.

As consultas oftalmológicas devem ser agendadas previamente, conforme disponibilidade, com o professor responsável pelo Serviço de Oftalmologia e Microcirurgia, Luís Felipe Dutra Corrêa, pelo telefone (51) 99861-4786. O atendimento para emergências ocorre de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h, podendo sofrer alterações segundo o calendário acadêmico. Todos os procedimentos são cobrados, sendo essa renda revertida exclusivamente à manutenção da estrutura de serviços/equipamentos e reposição de insumos.